O Anti-Mulleriano (HAM) é um hormônio que faz parte do organismo feminino produzido pelas células dos ovários. Ele tem um papel fundamental na regulação do desenvolvimento e do crescimento dos folículos, estruturas que contêm os óvulos.
O conhecimento sobre o hormônio Anti-Mulleriano e como usá-lo para prever a reserva ovariana pode ajudar mulheres a tomarem decisões mais certeiras na hora de fazer o seu planejamento familiar.
Com o avanço das tecnologias e dos métodos de diagnóstico, a dosagem de HAM se tornou uma prática bastante comum em clínicas de fertilidade e em consultórios ginecológicos.
Afinal, é algo que oferece às mulheres uma visão mais clara de como está a sua saúde reprodutiva e as possibilidades de concepção.
Ao longo desse conteúdo, vamos entender um pouco mais sobre o que é o hormônio Anti-Mulleriano, como ele é sua produção, qual a sua função no corpo feminino e como é a dosagem desse hormônio.
O que é o Hormônio Anti-Mulleriano?
O hormônio Anti-Mulleriano (HAM) é uma glicoproteína que pertence à superfamília dos fatores de crescimento transformadores beta (TGF-β).
A sua descoberta se deu na década de 1940. Dessa forma, foi possível observar também o papel extremamente importante que ele desempenha tanto no desenvolvimento sexual durante a vida embrionária, quanto na função reprodutiva ao longo da vida adulta.
A produção do HAM é pelas células da granulosa dos folículos ovarianos nas mulheres, principalmente nos folículos antrais pequenos e médios, assumindo o papel de um importante regulador da foliculogênese (o processo de maturação dos folículos ovarianos).
Por isso, esse hormônio é um marcador de reserva ovariana fundamental, que nada mais é do que a quantidade de folículos primordiais que ainda estão presentes nos ovários de uma mulher.
O grande ponto é que a reserva ovariana serve como um indicador do potencial reprodutivo feminino. Por isso, podemos usá-la para avaliar como está a fertilidade.
É possível realizar a dosagem do HAM através de um exame de sangue simples. Com o passar dos anos, ele acabou se tornado uma ferramenta extremamente importante na avaliação da reserva ovariana. Por isso, é amplamente utilizado dentro da área da ginecologia.
Exame de Hormônio Anti-Mulleriano: para que serve?
O exame de hormônio Anti-Mulleriano é uma ferramenta essencial para avaliar a reserva ovariana e para monitorar a fertilidade de uma mulher.
Como as mulheres nascem com um número finito de óvulos, espera-se que a capacidade reprodutiva acabe diminuindo com o avanço da idade à medida que a reserva ovariana se esgota.
Nesse sentido, a realização do exame de HAM oferece uma estimativa mais precisa de como está a reserva. Além disso, também serve para diversos fins, incluindo:
Avaliação da reserva ovariana
Sem dúvida, a principal utilidade do exame de HAM é avaliar a reserva ovariana de uma mulher.
O HAM é produzido pelos folículos ovarianos que se encontram em desenvolvimento e os seus níveis no sangue refletem a quantidade de folículos antrais presentes nos ovários.
Um nível elevado de HAM indica uma boa reserva ovariana, enquanto níveis baixos comprovam uma diminuição na quantidade de óvulos disponíveis. Isso pode ser um indicador de infertilidade.
Previsão da resposta à estimulação ovariana
Em tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), o exame de HAM ajuda a prever como os ovários de uma mulher respondem à estimulação hormonal.
Geralmente, mulheres com níveis mais altos de HAM possuem uma resposta melhor, sendo capazes de produzir mais óvulos para coleta.
Diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
O exame de HAM também pode ajudar no diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP).
Afinal, mulheres com SOP tendem a ter níveis mais altos de HAM por conta do aumento do número de folículos antrais.
Monitoramento da fertilidade e planejamento familiar
Para mulheres que desejam deixar a maternidade para anos futuros, o exame de HAM pode fornecer informações mais precisas sobre o melhor momento para tentar conceber.
Avaliação de como está a função ovariana pós-tratamento
Por fim, em mulheres que precisaram passar por tratamentos que afetam a função ovariana, como em casos de quimioterapia ou radioterapia, por exemplo, é possível usar o exame de HAM para avaliar qual foi o impacto desses tratamentos na reserva ovariana.
Relação entre o hormônio Anti-Mulleriano e a infertilidade feminina
Como comentamos, o hormônio Anti-Mulleriano é um indicativo essencial para entender a fertilidade feminina. Afinal, ele indica como está a reserva ovariana, ou seja, a quantidade de óvulos que temos disponíveis nos ovários.
Isso quer dizer que mulheres com níveis mais altos de HAM possuem uma reserva ovariana mais saudável, enquanto níveis mais baixos indicam uma reserva reduzida, o que pode acabar afetando a capacidade de concepção.
Neste contexto, mulheres acima de 35 anos tendem a apresentar uma redução acelerada da quantidade de óvulos, o que se reflete em níveis mais baixos de HAM.
Da mesma forma que valores baixos podem indicar uma reserva reduzida, valores muito altos também não representam um bom sinal, pois podem estar associados a síndromes como a SOP.
Portanto, o hormônio Anti-Mulleriano está diretamente relacionado com a infertilidade feminina, sendo o responsável por indicar quais são as chances reais de uma mulher engravidar.
Como é feito o exame de HAM?
De modo geral, não existe nenhum pré-requisito específico para realizar o exame de HAM. O hormônio Anti-Mulleriano não sofre influência do ciclo menstrual. Portanto, é possível realizar a coleta de sangue em qualquer dia do ciclo.
Além disso, o exame de HAM também não possui contra indicações. Portanto, é considerado um procedimento bastante seguro e muito realizado dentro da prática clínica de ginecologia.
A coleta de sangue para medir o nível de HAM costuma levar de 5 a 10 minutos. O médico interpreta os resultados do exame a partir dos seguintes valores de referência:
- Resposta muito alta: AMH > 4,0 ng/mL;
- Alta: AMH entre 2,0 e 4,0 ng/mL;
- Média: AMH entre 1,0 e 2,0 ng/mL;
- Baixa: AMH entre 0,16 e 1,0 ng/mL,
- Muito baixa: AMH < 0,16 ng/mL.
Considerando esses números, temos que um valor de AMH de 1,0 ng/mL é considerado como o limite entre uma reserva ovariana normal e uma reserva ovariana que está alterada.
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