Dra Jaqueline Neves

Exame de reserva ovariana: quando fazer e o que ele revela sobre a fertilidade feminina

O exame de reserva ovariana se tornou um dos principais aliados das mulheres que querem entender melhor como está a saúde reprodutiva e como planejar uma gestação com mais segurança. 

Afinal, ele ajuda a avaliar a quantidade de óvulos disponíveis nos ovários. Assim, é possível obter informações importantes sobre a fertilidade feminina, tanto para quem deseja engravidar agora quanto para quem quer se preparar para o futuro.

Mesmo sendo um exame simples, o impacto das informações que ele traz é enorme. Muitas mulheres só descobrem alterações na reserva ovariana quando começam a tentar engravidar.

Por isso, esse monitoramento vem ganhando cada vez mais atenção na rotina ginecológica. 

Entender o momento certo de fazer o exame e o que ele realmente mostra é um passo essencial para tomar decisões mais conscientes sobre a maternidade.

A seguir, você vai encontrar um guia completo, claro e direto sobre o tema. Acompanhe!


Exame de reserva ovariana: quando fazer e por que ele é tão importante

O exame de reserva ovariana costuma ser indicado para mulheres que desejam avaliar suas chances de engravidar no momento atual, mas também para quem planeja uma gestação futura e quer entender como está sua fertilidade feminina ao longo do tempo. 

Isso porque a reserva ovariana diminui naturalmente com o passar dos anos. Porém, esse ritmo não é igual para todas as mulheres.

Embora não exista uma idade “obrigatória” para iniciar esse acompanhamento, algumas situações justificam fazer o exame mais cedo ou com maior frequência. Por exemplo:

  • Mulheres acima de 35 anos;
  • Histórico familiar de menopausa precoce;
  • Diagnóstico de endometriose;
  • Ciclos menstruais muito irregulares;
  • Dificuldade para engravidar por mais de 12 meses;
  • Uso de tratamentos que possam afetar os ovários, como quimioterapia,
  • Interesse em congelamento de óvulos.


Uma das maiores vantagens do exame é a possibilidade de agir antes que a reserva ovariana caia de forma mais acentuada. 

Ele não mede apenas quantidade, mas também ajuda a prever tendências e a orientar decisões importantes, como a preservação da fertilidade ou início de um tratamento reprodutivo.


O que o exame realmente mede e como ele funciona

Podemos avaliar a reserva ovariana de diferentes maneiras, mas os exames mais utilizados incluem:

Hormônio Anti-Mülleriano (AMH)

É o exame de sangue mais sensível para analisar a reserva ovariana. O AMH reflete quantos folículos ainda estão ativos nos ovários e tem a vantagem de poder ser realizado em qualquer fase do ciclo menstrual. 

Quando o nível está baixo, pode indicar diminuição da fertilidade feminina, ou seja, menor quantidade de óvulos disponíveis.


Contagem de folículos antrais (CFA)

Feita por ultrassom transvaginal, essa contagem observa quantos folículos pequenos estão presentes nos ovários no início do ciclo. 

A CFA é um excelente complemento ao AMH e ajuda a estimar como os ovários podem responder a tratamentos de fertilidade, caso sejam necessários.


FSH e estradiol

Embora sejam exames mais antigos e menos sensíveis que o AMH, ainda fazem parte da avaliação quando existe suspeita de alteração hormonal. Eles ajudam a observar como o organismo está trabalhando para estimular os ovários.

Mas vale reforçar que nenhum exame consegue prever exatamente quando a mulher entrará na menopausa ou se terá dificuldade definitiva para engravidar. 

O objetivo é dar uma visão mais clara da saúde reprodutiva, permitindo acompanhar mudanças e tomar decisões com tempo e tranquilidade.


Reserva ovariana baixa: o que isso significa na prática

Descobrir que a reserva ovariana está reduzida costuma gerar ansiedade, mas é importante entender o contexto antes de imaginar o pior. 

A queda da reserva é um processo normal, que começa por volta dos 30 anos e acelera depois dos 35. Isso não significa que engravidar será impossível, mas sim que o período fértil pode ser menor do que o esperado.

Uma reserva baixa pode indicar, por exemplo:

  • Redução gradual da fertilidade feminina;
  • Necessidade de acompanhamento mais próximo;
  • Maior atenção caso exista o desejo de engravidar em breve;
  • Possível indicação de congelamento de óvulos, dependendo da idade e dos planos para o futuro,
  • Investigação de causas associadas, como insuficiência ovariana prematura, por exemplo:


A reserva ovariana também influencia a resposta aos tratamentos de reprodução assistida. 

Mulheres com níveis mais altos de AMH tendem a produzir mais óvulos durante a estimulação, enquanto mulheres com níveis mais baixos podem precisar de estratégias diferentes.

Mas é essencial lembrar: a qualidade do óvulo também importa e ela está muito ligada à idade. Por isso, mesmo mulheres jovens com reserva mais baixa podem ter boas chances de gestação.


Quando a reserva está normal ou alta: como interpretar

Quando o exame mostra que a reserva ovariana está dentro do esperado, significa que os ovários ainda possuem uma boa quantidade de folículos disponíveis. 

Isso traz segurança especialmente para mulheres que desejam engravidar mais tarde ou que planejam congelar óvulos.

Já uma reserva ovariana alta pode estar relacionada à síndrome dos ovários policísticos (SOP), situação em que há muitos folículos, mas a ovulação não acontece de forma adequada. 

Nesse caso, a avaliação precisa ser feita em conjunto com outros exames e sintomas.

A grande vantagem de acompanhar a reserva ao longo do tempo é observar como ela está evoluindo, permitindo decisões antecipadas quando necessário.


Como o exame ajuda no planejamento da maternidade

O exame de reserva ovariana é uma ferramenta fundamental no planejamento reprodutivo moderno, pois ele permite:

  • Entender como está a fertilidade feminina em diferentes fases da vida;
  • Prever possíveis limitações antes de iniciar tentativas de gestação;
  • Avaliar o momento ideal para tentar engravidar;
  • Apoiar decisões sobre congelamento de óvulos,
  • Guiar estratégias de reprodução assistida.


Essa clareza ajuda a reduzir inseguranças, evita tentativas prolongadas sem avaliação adequada e oferece caminhos realistas para cada mulher, considerando idade, história médica e planos pessoais.


Exame de reserva ovariana: clareza e cuidado caminham juntas

Cuidar da saúde reprodutiva é uma forma de cuidar da sua história, dos seus planos e da sua autonomia. 

O exame de reserva ovariana oferece informações valiosas sobre a fertilidade feminina, mas o mais importante é saber interpretá-las com acolhimento, contexto e responsabilidade.

Se você quer entender melhor sua reserva ovariana, saber se este é o momento de engravidar ou simplesmente planejar o futuro com mais segurança, eu posso te ajudar!

Sou Dra. Jaqueline Neves, ginecologista, médica ginecologista e obstetra, especialista em saúde feminina e fertilidade.

Será um prazer te orientar nesse momento tão especial da sua vida. Vamos juntas construir um caminho de informação, acolhimento e escolhas conscientes!

Sobre mim - Dra Jaqueline Neves
Dra Jaqueline Neves

Dra. Jaqueline Neves é médica ginecologista e obstetra, especialista em saúde feminina e fertilidade. Atua no diagnóstico e tratamento de doenças que afetam a saúde reprodutiva em todas as fases da vida. Com um atendimento humanizado e individualizado, orienta mulheres que desejam entender melhor seu corpo e se preparam para uma futura maternidade. Para mais informações ou agendamentos, entre em contato pelo telefone (11) 98232-0080.

Artigos Relacionados

5 Doenças que causam infertilidade feminina

5 Doenças que causam infertilidade…

As doenças que causam infertilidade feminina geralmente…

Saiba tudo sobre a injeção intracitoplasmática 

Saiba tudo sobre a injeção…

Você já ouviu falar em injeção intracitoplasmática?…

Inseminação intrauterina: como funciona este tipo de reprodução assistida

Inseminação intrauterina: como funciona este…

A inseminação intrauterina é uma das formas…

Baixe meu e-book sobre Congelamento de Óvulos

E descubra como preservar a saúde reprodutiva e garantir mais tempo para decidir sobre seu projeto de vida