A gente cresce ouvindo que “cólica é normal”, “todas as mulheres sentem” ou “é só tomar um remedinho”.
Mas a verdade é simples e poderosa:
Dor que incapacita não é normal e seu corpo está tentando te dizer algo.
Aquela pontada forte no baixo ventre, a sensação de aperto que sobe pela lombar, o enjoo que te faz perder o dia… nada disso deve ser ignorado.
Reconhecer quando a cólica menstrual foge do padrão é um ato de autocuidado e também de prevenção.
Quando a cólica menstrual acende um sinal vermelho
Quando falamos em cólica menstrual, é importante não ignorar quando a dor atrapalha sua rotina. Portanto, se você precisa faltar ao trabalho, à escola ou deixar de fazer atividades que gosta por causa da dor, é um sinal de alerta.
Outros sinais que merecem atenção incluem, por exemplo:
- Náusea, vômito ou tontura
- Sangramento muito intenso ou com coágulos grandes
- Dor durante a relação sexual
- Dor que piora mês após mês
- Sensação de pressão pélvica constante
Esses sintomas podem indicar condições como endometriose, adenomiose ou miomas, que precisam de investigação médica. Por isso, quanto antes forem diagnosticadas, mais cedo é possível começar o tratamento e melhorar sua qualidade de vida.
Seu ciclo não deve ser um período de sofrimento deve ser um marcador de saúde.
Por que a cólica pode ficar tão forte?
A endometriose é uma das causas mais comuns de cólica menstrual intensa que não passa com analgésicos simples.
Ela acontece quando o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, causando inflamação e dor. Além disso, pode dificultar a gravidez se o diagnóstico demorar.
Outras causas incluem adenomiose, miomas e infecções pélvicas. Cada uma tem características próprias: a adenomiose costuma causar dor durante todo o ciclo, não apenas na menstruação e os miomas podem provocar sangramentos mais fortes e dor localizada.
Como diferenciar a dor “normal” daquela que exige atenção
Algumas perguntas ajudam a diferenciar:
- A dor melhora com analgésicos simples?
- A cólica dura poucos dias ou ocupa quase todo o ciclo?
- Ela te impede de viver normalmente?
- Apareceram novos sintomas nos últimos meses?
Manter um diário menstrual ajuda muito. Por isso, registre a intensidade da dor, duração, sintomas e medicamentos usados. Isso facilita a avaliação da ginecologista e torna o acompanhamento mais preciso.
Como a ginecologista pode ajudar
A ginecologista é quem vai avaliar a sua cólica menstrual e investigar a causa. Durante a consulta, ela vai analisar seu histórico, fazer exame físico e solicitar exames de imagem como ultrassonografia ou ressonância se necessário.
Além disso, procedimentos como laparoscopia podem ser indicados em alguns casos para observar melhor órgãos como útero, trompas e ovários.
O objetivo não é apenas tratar a dor, mas entender a causa e propor soluções que se encaixem na sua rotina.
Dependendo do caso, o tratamento pode envolver medicamentos, hormonais ou anti-inflamatórios, mudanças no estilo de vida ou cirurgia em situações específicas.
Manejo da cólica menstrual no dia a dia
Alguns cuidados ajudam a aliviar a cólica menstrual. Alguns deles incluem, por exemplo:
- Exercícios leves: caminhada, yoga e alongamentos ajudam a reduzir a dor.
- Alimentação equilibrada: diminuir cafeína, sal e alimentos processados também pode ajudar.
- Relaxamento: respiração profunda, meditação ou massagem abdominal ajudam a aliviar o desconforto.
- Calor local: compressas quentes relaxam os músculos e diminuem a dor.
Em casos de dor intensa, a médica pode indicar medicação adequada ou tratamentos hormonais que regulam o ciclo e diminuem a inflamação.
Quando procurar ajuda médica rapidamente
Procure atendimento médico imediatamente se houver:
- Dor súbita e muito intensa que não melhora com analgésicos.
- Sangramento abundante ou com coágulos grandes.
- Febre ou sinais de infecção.
- Náusea, tontura ou desmaios.
- Dificuldade para engravidar junto com cólicas persistentes.
Enfim, buscar ajuda cedo não só alivia a dor como também permite diagnosticar condições que podem afetar a fertilidade e a qualidade de vida.
Além desses sinais mais evidentes, é importante ficar atenta a alterações que, à primeira vista, podem parecer menos preocupantes, mas que também merecem avaliação.
Por exemplo, se a dor menstrual está cada vez mais intensa a cada ciclo, mesmo que ainda seja controlável com analgésicos, isso pode indicar uma condição que precisa de acompanhamento.
Da mesma forma, cólicas acompanhadas de dor durante relações sexuais, sensação de pressão constante na região pélvica ou alterações significativas no fluxo menstrual, como aumento ou diminuição drástica, não devem ser ignoradas.
Mulheres que apresentam dor intensa junto com alterações digestivas, como diarreia ou prisão de ventre durante a menstruação, também devem procurar uma especialista.
Cada um desses sinais ajuda a construir um quadro mais completo da sua saúde, permitindo que a ginecologista investigue a causa da dor de forma adequada, proponha o tratamento mais eficaz e evitando complicações futuras
Cuidado, informação e acolhimento
A cólica menstrual não precisa ser encarada como algo inevitável. Por isso, reconhecer quando a dor é excessiva e buscar avaliação médica é um passo importante para cuidar de si.
Com informação, acompanhamento e suporte, é possível enfrentar os sintomas de forma consciente e saudável.
Agende uma consulta comigo, Dra. Jaqueline Neves, ginecologista. Será um prazer te orientar nesse momento tão importante da sua vida.
Vamos juntas construir um caminho de cuidado, informação e escolhas conscientes, garantindo seu bem-estar e qualidade de vida.
