O Outubro Rosa é um mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama – um dos tipos de câncer mais comuns entre mulheres em idade fértil.
Além de reforçar a importância da detecção precoce e de um tratamento eficiente, esse período é uma oportunidade para falar sobre como é possível preservar a fertilidade diante de um diagnóstico de câncer.
Muitas mulheres que descobrem o câncer de mama, perguntam: “Será que ainda poderei realizar o sonho da maternidade?” A resposta está na oncofertilidade!
Essa especialidade une a oncologia à medicina reprodutiva, oferecendo estratégias para proteger a função reprodutiva antes do tratamento oncológico.
Eu sou a Dra. Jaqueline Neves, ginecologista especialista em reprodução assistida e, hoje, quero conversar com você sobre como planejar a maternidade sem abrir mão do cuidado com a saúde, mesmo diante de um diagnóstico tão desafiador.
O impacto do câncer de mama na fertilidade
Receber um diagnóstico de câncer de mama é sempre um momento delicado, cheio de dúvidas e preocupações na vida de toda mulher – e de toda uma família. E a fertilidade é uma questão que sempre gera incertezas.
Embora a maior parte dos casos de câncer de mama ocorra em mulheres acima dos 50 anos, o número de mulheres jovens vem crescendo muito nos últimos anos.
Muitas dessas pacientes ainda não tiveram filhos ou desejam postergar a maternidade e, de repente, são surpreendidas por um diagnóstico. Por isso, pensar na preservação da fertilidade se torna tão importante quanto tratar a doença.
Os tratamentos oncológicos, como quimioterapia, radioterapia e algumas cirurgias, podem afetar a função dos ovários, reduzindo a quantidade e a qualidade dos óvulos e, em alguns casos, levando à infertilidade. O impacto varia de acordo com fatores como a idade da paciente, o tipo de tratamento e o tempo de exposição a essas terapias.
É por isso que, quando converso com minhas pacientes, reforço a importância de discutir oncofertilidade logo após o diagnóstico. Avaliar as opções de preservação da fertilidade antes de iniciar o tratamento não apenas aumenta as chances de sucesso no futuro, como também proporciona tranquilidade e esperança, ajudando a reduzir a ansiedade durante todo o processo oncológico.
Preservar a fertilidade é oferecer a essas mulheres a oportunidade de manter viva a esperança de serem mães, planejando seu futuro com segurança.
O que é oncofertilidade?
A oncofertilidade é uma área da medicina que combina oncologia e reprodução assistida para preservar a fertilidade de pacientes com câncer.
Essa especialidade surgiu justamente para atender mulheres e homens jovens que desejam ter filhos, mesmo após tratamentos agressivos que possam afetar a capacidade reprodutiva.
Entre as principais estratégias de oncofertilidade para o público feminino, destacam-se:
- Congelamento de óvulos: método indicado para mulheres que ainda não têm parceiro ou desejam adiar a maternidade.
- Congelamento de embriões: opção para mulheres com parceiro ou que desejam fertilização in vitro (FIV) imediata.
- Congelamento de tecido ovariano: técnica indicada para pacientes que precisam iniciar o tratamento rapidamente e não podem aguardar o ciclo de estimulação ovariana.
- Medicamentos protetores da função ovariana: uso de hormônios que ajudam a reduzir o impacto da quimioterapia nos ovários.
Para homens, a oncofertilidade envolve:
- Congelamento de espermatozoides
- Congelamento de tecido testicular
- Medicamentos protetores da função testicular
Essas técnicas podem ser combinadas de acordo com a idade, saúde e prioridades de cada paciente, sempre acompanhado pelo oncologista e o especialista em reprodução assistida.
Quando considerar a preservação da fertilidade
O momento ideal para discutir a preservação da fertilidade é logo após o diagnóstico, antes de iniciar qualquer tratamento oncológico. Quanto mais cedo a paciente for orientada, maiores são as chances de sucesso das técnicas de oncofertilidade.
É fundamental que a paciente converse tanto com o oncologista quanto com o ginecologista especialista em reprodução assistida, garantindo um planejamento seguro e individualizado. Durante essa etapa, são avaliados fatores como:
- Idade da paciente
- Estado da reserva ovariana
- Tipo e urgência do tratamento oncológico
- Desejo de maternidade futura
Essa avaliação permite que a estratégia escolhida seja a mais adequada para cada caso, aumentando as chances de preservação da fertilidade.
Fertilidade após o câncer de mama
Com o avanço das técnicas de reprodução assistida, muitas mulheres que enfrentaram o câncer de mama conseguem engravidar após a conclusão do tratamento. Estudos mostram que pacientes que realizaram congelamento de óvulos ou embriões antes da quimioterapia têm altas taxas de sucesso quando decidem engravidar no futuro.
Além disso, o acompanhamento médico contínuo garante que a gestação ocorra de forma segura, respeitando o tempo de recuperação e minimizando riscos para a mãe e o bebê.
Saiba mais sobre a Oncofertilidade com a Dra. Jaqueline Neves
O Outubro Rosa é um momento único de conscientização sobre prevenção, diagnóstico precoce e cuidado integral da saúde da mulher.
A oncofertilidade surge como uma aliada poderosa, permitindo que mulheres com câncer de mama preservem a fertilidade e mantenham viva a esperança de realizar o sonho da maternidade. Ter a opção de gerar filhos ou postergar a maternidade com segurança oferece autonomia e fortalece o planejamento de vida das pacientes.
Portanto, a oncofertilidade não trata apenas a capacidade reprodutiva, mas também contribui para a saúde emocional e para a qualidade de vida pós-câncer.
Se você deseja informações personalizadas sobre oncofertilidade e preservação da fertilidade, agende uma consulta comigo clicando aqui.
Minha missão é identificar as principais causas da infertilidade feminina, com atenção, acolhimento e experiência, orientando cada paciente no caminho para a maternidade, mesmo diante de situações complexas.