A endometriose é uma condição complexa que possui a capacidade de afetar drasticamente a qualidade de vida das mulheres.
Estamos falando de uma condição que se caracteriza principalmente pelo crescimento do tecido semelhante ao endométrio fora do útero, um aspecto que pode causar sensações de dor intensa e levar a complicações na saúde reprodutiva.
Contudo, assim como diversas outras condições ginecológicas, a endometriose também é uma condição rodeada de mitos e informações mal compreendidas que podem acabar afetando a visão que as mulheres possuem sobre ela.
Por isso, queremos desvendar alguns dos principais mitos associados à endometriose e conhecer as suas respectivas verdades. Acompanhe os próximos parágrafos para conferir todos os detalhes!
Mitos e verdades sobre a endometriose e seu tratamento
Mito: a endometriose só causa dor durante a menstruação
Um dos principais mitos sobre endometriose é a ideia de que essa condição só causa dor durante o período menstrual.
De fato, durante esse período, a dor da endometriose pode ser mais intensa. Contudo, a endometriose pode causar dor crônica em períodos além do ciclo menstrual também.
Afinal de contas, o tecido endometrial fora do útero responde aos hormônios do ciclo menstrual da mesma forma que o endométrio que está dentro do útero, engrossando e se rompendo e sangrando em seguida.
Como resultado, as mulheres podem sofrer com dor e inflamação em áreas como os ovários, trompas de Falópio e até mesmo em órgãos mais distantes, como intestinos e bexiga em alguns casos.
Outro ponto relevante é que mulheres com endometriose costumam relatar dores durante atividades como relações sexuais, evacuação e urina, por conta da presença de tecido endometrial fora do útero nessas áreas que são mais sensíveis.
Mito: a endometriose sempre causa infertilidade
É verdade que a endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina. No entanto, nem todas as mulheres com a doença se tornam inférteis.
De acordo com algumas pesquisas, cerca de 30% a 40% das mulheres com endometriose acabam tendo dificuldades na hora de engravidar.
Porém, muitas mulheres com endometriose conseguem conceber naturalmente ou com assistência médica e técnicas mais avançadas em alguns casos.
Além disso, tratamentos como cirurgia, que permitem remover o tecido endometrial excessivo, terapias hormonais e técnicas de reprodução assistida, podem aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida e tranquila.
Mito: a endometriose não tem tratamento
Outro mito bastante comum quando falamos em endometriose é o de que não é possível tratar essa condição com eficiência.
Esta é uma condição crônica e que não tem uma cura definitiva. No entanto, existem várias opções de tratamento disponíveis atualmente que permitem ajudar no controle dos sintomas e a melhorar a qualidade de vida das pacientes.
Os tratamentos podem incluir, por exemplo, o uso de medicamentos para alívio da dor, terapias hormonais para reduzir o crescimento do tecido endometrial fora do útero e cirurgias para remover lesões e aderências.
Além disso, há ainda algumas abordagens complementares que também estão bastante em alta, como as práticas de fisioterapia pélvica, acupuntura e mudanças na dieta da paciente.
Mito: a gravidez pode ser um tratamento para endometriose
Por algum motivo, algumas mulheres com essa condição dizem sentir um alívio temporário dos sintomas durante a gravidez. Contudo, não é correto dizer que a gravidez serve como um tratamento para quadros de endometriose.
Esse alívio pode acontecer porque durante a gestação, os níveis de estrogênio diminuem naturalmente.
Isso pode reduzir temporariamente o crescimento do tecido endometrial que corre fora do útero. Com isso, as pacientes sentem um certo alívio dos sintomas.
No entanto, após o parto e conforme o organismo feminino retoma os seus níveis normais de hormônios, os sintomas da endometriose podem retornar.
Portanto, a gravidez não deve ser vista como uma solução para esse problema. Além disso, ela não elimina a necessidade de realizar tratamentos médicos para a gestão correta da condição de forma contínua.
Mito: a endometriose só pode ser tratada com medicamentos
De fato, os medicamentos costumam ser uma parte muito importante do tratamento da endometriose. Mas existem também várias outras opções terapêuticas mais inovadoras e eficazes disponíveis.
Além do uso de medicamentos como analgésicos e hormônios, que contribuem para controlar os sintomas associados à endometriose de forma muito satisfatória, algumas novas abordagens têm sido desenvolvidas para oferecer opções mais personalizadas e eficientes, como:
- Cirurgia Laparoscópica: realizar a remoção cirúrgica das lesões de endometriose por laparoscopia, muito indicado para casos mais graves onde as lesões já estão profundamente infiltradas.
- Cirurgia Robótica: a tecnologia robótica avançada tem permitido a realização de procedimentos cirúrgicos mais precisos e menos invasivos para remover tecidos de endometriose.
- Terapias complementares: terapias como acupuntura, fisioterapia pélvica e adaptações na dieta também têm se mostrado bastante eficazes para o tratamento dessa condição. Afinal, são opções que estão trazendo benefícios adicionais para o gerenciamento dos sintomas e para a melhoria da qualidade de vida das pacientes.
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